Uma bola de neve rolou para o Vale do Ribeira! Nela havia cogumelos professores, livros, crianças (além de duendes e sacis)
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2011.86.74-101Resumo
Este artigo explora a relação entre o que é planejado e ensinado pelo professor, com os conteúdos apresentados nos livros didáticos e o entendimento dos estudantes sobre o tema. Para tanto, relata resultados de três investigações sobre a abordagem do conteúdo Fungos nas séries iniciais da Educação Básica e tem por objetivo traçar um panorama de como o conteúdo é abordado em sala de aula e, nas pesquisas respondem-se as seguintes questões: Qual é a percepção dos professores sobre fungos?; Como o assunto é planejado?; Qual a compreensão dos estudantes sobre fungos?; De que forma o assunto é abordados nos livros didáticos?; E, finalmente, Que relações aparecem entre fungos e o universo mítico infantil nos Livros didáticos? A primeira investigação foi realizada com professores das séries iniciais dos municípios de Dr. Ulysses e Tunas do Paraná e é discutida a partir da noção de obstáculo epistemológico de Bachelard, a segunda envolveu os estudantes desses professores e a terceira, analisou livros didáticos das séries iniciais ao longo de um período mais extenso de tempo, pensando em seu papel como artefato cultural. Os resultados indicam que os professores têm uma perspectiva bastante negativa sobre os fungos, abordando-os de forma superficial, sendo que a maioria sequer aborda o conteúdo de fungos. Os estudantes colaboradores da pesquisa, por sua vez não conseguiram identificar fungos como um grupo de seres vivos, eles os perceberam como parte de outros seres vivos. Já os livros didáticos analisados praticamente não discutiram o assunto e quando o fizeram limitaram-se a discussão de doenças, sem abordar o importante papel dos fungos no processo de decomposição. Os livros analisados revelaram a quase ausência dos fungos nos livros das séries iniciais e ainda uma análise longitudinal de diferentes décadas revelou as dificuldades na abordagem do assunto, devido aos fungos terem mudado de classificação ao longo do tempo, mas ainda persistem explicações parciais e equivocadas. Alguns livros tinham imagens que relacionavam o fungo com entidades míticas e de contos de fadas como duendes e sacis. Os professores participantes destacaram ainda utilizar os livros didáticos como principal fonte de consulta e pesquisa para suas aulas. Nessas pesquisas percebeu-se o efeito “bola de neve” que o livro pode gerar na formação do professor, no planejamento das aulas e na compreensão dos estudantes sobre o tema.
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