Educação como exercício de liberdade: O papel governante-formativo do diretor escolar
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2024.121.14617Palavras-chave:
Poder, Sujeito, Objeto, Diretor escolarResumo
Este artigo objetiva compreender o papel do gestor educacional como governante que conduz a ação de si e dos outros. Com base em Benincá (2010) e Foucault (2004; 2014), explora os conceitos de poder, gestor e governante. Também reflete sobre o texto clássico e sua capacidade de provocar a apreensão de novos significados e conexões, decorrentes da releitura e do contexto em que se lê. O artigo tem três partes. Primeiro, volta-se ao conceito de poder em Foucault, compreendendo seu exercício como relação que determina a ação de um sobre o outro. Depois, trata das relações e dos sujeitos-pedagógicos que habitam a escola, abordando os sentidos atribuídos por Foucault ao conceito de sujeito. Ainda, com Benincá, faz a distinção entre sujeito e objeto: o primeiro, capaz de estabelecer uma relação de poder consigo mesmo e com os outros; o segundo, ao contrário, passivo e indiferente. Por último, o artigo entrelaça os conceitos pesquisados para refletir sobre o diretor escolar e sua condução, considerando o sentido ético que pode assumir. Com tal procedimento interpretativo, ao fim, analisa as contribuições que o texto clássico traz ao gestor escolar contemporâneo em sua missão de fomentar sujeitos-pedagógicos, capazes de se autodeterminarem livremente.
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