Mobilidade Estudantil como Dinamizadora de Recursividades na Abordagem das Capacitações
DOI :
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2023.59.12750Mots-clés :
Desenvolvimento; Educação; Mobilidade; Liberdades; Abordagem das Capacitações.Résumé
A África é fortemente afetada pela mobilidade humana internacional, que tem, entre outros motivos, a busca por qualificação profissional por meio da educação. O objetivo do presente artigo é analisar a experiência da mobilidade estudantil como possibilidade de desenvolvimento humano, a partir do estudo do caso dos moçambicanos que realizam cursos de Graduação na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Problematiza-se como a mobilidade estudantil possibilita desfrutar das liberdades propostas na Abordagem das Capacitações: liberdade política, facilidades econômicas, oportunidades sociais, garantias de transparência e segurança protetora. O estudo qualitativo e descritivo está ancorado em entrevistas semiestruturadas realizadas com 19 alunos da Unilab em 2020. Os entrevistados, ao optarem pela mobilidade, acessaram uma liberdade de escolha que possibilitou outras liberdades e oportunidades, em um movimento recursivo virtuoso que se reflete não apenas na sua esfera pessoal, como também no desenvolvimento das suas regiões e país de origem. A mobilidade abriu perspectivas de crescimento econômico, social, cultural e político para os estudantes moçambicanos. Evidenciou-se que a mobilidade estudantil dinamizadora de recursividades na Abordagem das Capacitações: do Estado para a pessoa, da pessoa para o Estado e das pessoas entre si.
Références
BASSANI, A. F. A migração estudantil em Irati-PR: um espaço marcado por distintos movimentos migratórios ao longo do tempo. 2014. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa de Pós-Graduação em Geografia, área de concentração em Dinâmica da Paisagem e dos Espaços Rurais e Urbanos, 2014.
BRASIL. Resolução Normativa nº 124/2016. Conselho Nacional de Migração. 2016. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=179&data=22/12/2016. Acesso em: jan. 2020.
CÓ, J. P. P. Filhos da independência: etnografando os estudantes Bissau-guineenses do PEC-G em Fortaleza-CE e Natal-RN. 2011. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2011.
DIÁRIO DO NORDESTE. África e identidade negra no CE. 2014. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/africa-e-identidade-negra-no-ce-1.1004474. Acesso em: abr. 2020.
DIÁRIO DO NORDESTE. Educação que Liberta. 2015. Disponível em: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/educacao-que-liberta-1.1006990. Acesso em: abr. 2020.
FONSECA, D. J. De Migração em Migração se constroem Impérios, Reinos e Cidades: o africano no contexto da Globalização. In: MALOMALO, B.; FONSECA, D. J.; BADI, M. K. (org.). Diáspora africana e migração na era da globalização: experiências de refúgio, estudo e trabalho. 1. ed. Curitiba, PR: Editora CRV, 2015.
FORTIER, Anne-Marie. Migration studies. In: ADEY, Peter; BISSELL, David; HANNAM, Kevin; MERRIMAN, Peter; SHELLER, Mimi (ed.). The Routledge handbook of mobilities. London: Routledge, 2013. p. 64-73.
GONÇALVES, A. C. P. O direito à educação e políticas de expansão do Ensino Superior público em Moçambique: estagnação, privatização e exclusão (1986-2008). Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 23, n. 1, p. 37-57, abr. 2018.
HOGAN, D. J. Mobilidade populacional, sustentabilidade ambiental e vulnerabilidade social. Rev. Bras. Estud. Popul., São Paulo, v. 22, n. 2, p. 323-338, dez. 2005.
LANGA, E. N. B. Diáspora africana no Ceará: representações sobre as festas e as interações afetivo-sexuais de estudantes africano(a)s em Fortaleza. Revista Lusófona de Estudos Culturais, v. 2, 2014.
LANGA, E. N. B. Diáspora africana no Ceará no século XXI: ressignificações identitárias e as interseccionalidades de raça, gênero, sexualidade e classe no contexto da migração estudantil internacional. In: MALOMALO, B.; FONSECA, D. J.; BADI, M. K. (org.). Diáspora africana e migração na era da globalização: experiências de refúgio, estudo e trabalho. 1. ed. Curitiba, PR: Editora CRV, 2015.
LANGA, E. N. B. Diáspora africana no Ceará no Século XXI: ressignificações identitárias de estudantes imigrantes. 2016. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Fortaleza, 2016.
MARCHETTO, A. Los flujos migratorios en el mundo. Consecuencias y expectativas. CONGRESSO NACIONAL SOBRE LA PASTORAL DE LA MOVILIDAD HUMANA, 2003. Veracruz, México, 2003.
MORAES R. Mergulhos discursivos: análise textual qualitativa entendida como processo integrado de aprender, comunicar e interferir em discursos”. In: GALIAZZI, M. C.; VICENTE, J. (org.). Metodologias emergentes de pesquisa em educação ambiental. Ijuí: Editora Unijuí, 2007.
MORIN. E. Antropologia da liberdade. Paris: Presses Universitaires de France, 1999. (Tradução de Anthropologie de la Liberté, Grasce Entre Systémique et Complexité, Chemin Faisant Mécanges [cf.] en l'Honneur du Professor Jean-Louis Le Moigne).
OLIVEIRA, R. de S. da C. Intolerância religiosa na escola: uma reflexão sobre estratégias de resistência à discriminação religiosa a partir de relatos de memória de adeptos de Umbanda. 2014. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Serviço Social, 2014.
PATRÍCIO, G.; PEIXOTO, J. Migração forçada na África Subsaariana: alguns subsídios sobre os refugiados em Moçambique. REMHU, Revista Interdisciplinar de Mobililidade Humana, Brasília, v. 26, n. 54, p. 11-30, dez. 2018.
PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Desenvolvimento humano e IDH. 2013. Disponível em: http://www.pnud.org.br/IDH/DH.aspx?indiceAccordion=0. Acesso em: dez. 2020.
SALAZAR, N. Teorizando a mobilidade: conceitos e figuras. Tempo Social, v. 30, n. 2, p. 153-168, 28 jul. 2018.
SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SEN, A. Desigualdade reexaminada. Tradução e apresentação Ricardo Doninelli Mendes. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012.
SILVA, A. G. D da. Diáspora africana no Ceará: um estudo sobre a trajetória de estudantes africanos nas Universidades do Ceará. Revista Unifev: Ciência & Tecnologia, v. 3, 2017.
SUBUHANA, C. Estudantes moçambicanos no Rio de Janeiro, Brasil: sociabilidade e redes sociais”. Imaginário, São Paulo, v. 13, n. 14, p. 321-355, jun. 2007.
SUBUHANA, C. O estudante convênio: a experiência sócio-cultural de universitários da África lusófona em São Paulo, Brasil. REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 26., 2008. Anais [...]. 2008.
SUBUHANA, C. A experiência sociocultural de universitários da África Lusófona no Brasil: entremeando histórias. Pro-Posições [on-line]. v. 20, n. 1, p. 103-126, 2009.
UNILAB. UNILAB em números. UNILAB, 2020. Disponível em: https://app.powerbi.com Acesso em: 12 mar. 2020
VARGEM, A. A.; MALOMALO, B. A imigração africana contemporânea para o Brasil: entre a violência e o desrespeito aos direitos humanos. In: MALOMALO, B.; FONSECA, D. J.; BADI, M. K. (org.). Diáspora africana e migração na era da globalização: experiências de refúgio, estudo e trabalho. 1. ed. Curitiba, PR: Editora CRV, 2015.
VEIGA, J. E. Neodesenvolvimentismo: quinze anos de gestação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 20, n. 3, jul./set. 2006.
VEIGA, J. E. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro. Garamond, 2008.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Desenvolvimento em Questão 2023

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Ao publicar na Revista Desenvolvimento em Questão, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de 2025): Os autores mantêm os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Desenvolvimento em Questão o direito de primeira publicação.