Mario Osorio Marques: um profanador dos pedagogismos da morte
DOI:
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2025.122.17205Palavras-chave:
Universidade, Formação Humana, Mario Osorio MarquesResumo
O artigo reflete acerca das contribuições do humanista Mario Osorio Marques no contexto da educação. Trata-se de um pensador original e ainda pouco conhecido na academia, cuja tematização a respeito de sua vida é feita com base na experiência de convívio de um de seus ex-alunos, em consulta a suas obras e em outros aportes teóricos, resultando em pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo e poético. Sua postura epistêmica de pensar os problemas educacionais, o fez romper fronteiras geográficas, dentre seus feitos está a criação da FAFI (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) no ano de 1957, hoje Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ e, mais tarde, foi idealizador na abertura do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação – PPGEC/Unijuí. Mario Osorio compreendeu como poucos a importância da Universidade como ambiente de formação e constituição de humanidades, valendo-se de pilares como a pesquisa, a leitura e a escrita. Mais que uma ação de aprender, a leitura e a escrita, para ele, são atos de resistência. Ele deixou muito mais que um legado vivo de compreensão de Universidade e de formação profana que não se entrega ao empobrecimento imposto pela lógica racional, fragmentária e transmissiva, à qual fomos e continuamos expostos. Ele deixou o exemplo de persistência epistemológica, demonstrando que ler, escrever e conhecer são pilares de emancipação humana, produtores de mundo, geradores de consciência e energia viva que nos impelem e desafiam a sermos humanos demasiado humanos em nossa intempestividade ético - formativa.
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