Índice de Desenvolvimento como Liberdade: uma proposta teórico-metodológica de análise

Autores

  • Sarah Farias Andrade Universidade Federal da Bahia
  • Mônica de Moura Pires Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Marcelo Inácio Ferreira Ferraz Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Maurício Mota Saboya Pinheiro Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada (IPEA)

DOI:

https://doi.org/10.21527/2237-6453.2016.34.5-59

Palavras-chave:

Capacidades, Funcionamentos, Desenvolvimento

Resumo

Este trabalho busca discutir e delinear um índice de desenvolvimento baseado no conceito das liberdades instrumentais de Amartya Sen (2000), denominado aqui de IDL. Como objetivo central, desenvolve-se uma construção teórico-metodológica, sob a ótica das liberdades instrumentais de Amartya Sen para analisar o desenvolvimento. Especificamente, identificam-se as variáveis relevantes e instrumentos de mensuração; propõe-se uma formulação matemática de cálculo do índice de desenvolvimento como liberdade tomando-se como referência a realidade brasileira. As referências teóricas deste trabalho foram estruturadas considerando as abordagens teóricas sobre o desenvolvimento, na perspectiva da escola clássica liberal, e especificamente no pensamento utilitarista. Acrescentam-se também os estudos sobre indicadores de desenvolvimento para subsidiar a proposta metodológica aqui desenvolvida. O IDL está estruturado no conceito das liberdades, sendo construído a partir de cinco indicadores presentes na obra de Amartya Sen: Liberdades Políticas (LP), Disponibilidades Econômicas (DE), Oportunidades Sociais (OS), Garantias de Transparência (GT), e Segurança Protetora (SP). De modo geral, a análise das liberdades instrumentais no contexto brasileiro  constata que a Constituição Federal de 1988 constitui-se em um marco legal relevante no avanço do desenvolvimento regional. No entanto, o parcial descumprimento de alguns dispositivos constitucionais associa-se a uma relativa privação de capacidades humanas.

Biografia do Autor

Sarah Farias Andrade, Universidade Federal da Bahia

Doutoranda em Economia pela Universidade Federal da Bahia, Mestre em Economia Regional e Políticas Públicas, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Especialista em Economia de Empresas, Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2009), Especialista em Economia de Empresas também pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2014). Participou de Projetos relacionados com o Acompanhamento do Custo da Cesta Básica de 2006 a 2008, Segurança Alimentar para região Nordeste, numa perspectiva de análise do preço dos alimentos de 2010 a 2012, Pesquisa Orçamento Familiar para cidade de Itabuna, Bahia de 2010 a 2013 e Atualmente integra grupo de pesquisa voltado para análise Multidimensional da Pobreza, por meio do Projeto DINÂMICAS TERRITORIAIS NA BAHIA: um estudo dos territórios de identidade Litoral Sul, Vitória da Conquista e Portal do Sertão. Possui experiência no âmbito econômico atuando na perspectivas: Séries Temporais (Modelos X-12 ARIMA - Sazonalidade, Previsão e Intervenção); Segurança Alimentar; Desenvolvimento na ótica das Capacidades.

Mônica de Moura Pires, Universidade Estadual de Santa Cruz

Graduada em Administração pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (1989), mestre em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa (1995), com menção honrosa pela Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural pela dissertação intitulada Perspectivas de expansão da produção de grãos em Minas Gerais no contexto de liberalização de mercados, doutora em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa (2001), Pós-doutorado em Modelagem econômica pelo Colegio Postgraduados, Campus Montecillo, Texcoco, México. Desde agosto de 1999 é professora efetiva da Universidade Estadual de Santa Cruz. Atualmente é professora pleno da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Departamento de Ciências Econômicas (DCEC). Subgerente de Pesquisa da UESC 2001-2002 e 2003-2004. Ministra a matéria Teoria Microeconômica no curso de graduação em Ciências Econômicas e Economia dos Recursos Naturais e Meio Ambiente no curso de mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (PRODEMA) e doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Coordena o Mestrado em Economia Regional e Políticas Públicas da UESC. Experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Rural, Regional, Desenvolvimento e Economia dos Recursos Naturais. Orienta trabalhos de graduação e iniciação científica em Ciências Econômicas e no mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Os trabalhos de iniciação científica de 2005, 2008 e 2009 receberam prêmio na área de Ciências Sociais Aplicadas da UESC. Em 2010 como orientadora de monografia recebeu a premiação de 3o. lugar no concurso Prêmio de Monografia economista Jairo Simões do Conselho Regional de Economia, Seção Bahia. Foi consultora na Cooperação Técnica Brasil e Haiti na área de economia rural em 2009. Coordena o acordo de cooperação técnico-científica entre a Universidade de Gembloux na Bélgica e a UESC, na área de desenvolvimento rural, desde 2010 e entre a UESC e Universidade de Oviedo na Espanha. Participou da Missão Cooperação Brasil - Guatemala em 2011, na capacitação técnica em economia agrícola, na área de comercialização de frutas. Participa da Diretoria da Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2010-2012, 2012-2014.

Marcelo Inácio Ferreira Ferraz, Universidade Estadual de Santa Cruz

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João Del-Rei (1995), mestrado em Estatística e Experimentação Agropecuária pela Universidade Federal de Lavras (1998) e doutorado em Estatística e Experimentação Agropecuária pela Universidade Federal de Lavras (2006). Atualmente é professor Titular e Assessor chefe da Assessoria de Planejamento (ASPLAN) da Universidade Estadual de Santa Cruz. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Estatística Sócio-Econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: séries temporais, políticas públicas, ações afirmativas no ensino superior, sistema de cotas e desenvolvimento regional.

Maurício Mota Saboya Pinheiro, Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada (IPEA)

Possui graduação em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990), graduação em Filosofia pela Universidade de Brasília (2003), mestrado em Filosofia pela Universidade de Brasília (2006) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2011). É Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em Brasília, lotado atualmente na Diretoria de Estudos e Políticas de Estado, Instituições e Democracia. Desde 2012, como pesquisador do IPEA, tem feito uma reflexão sobre novos conceitos de desenvolvimento, com vistas à construção de novos instrumentais analíticos para tratar os problemas do desenvolvimento nacional. Atualmente, estuda e procura aplicar ao caso brasileiro a abordagem do desenvolvimento como liberdade, do economista e filósofo indiano Amartya Sen. Como filósofo, especializou-se em epistemologia (teoria do conhecimento e da crença) e em filosofia da religião.

Downloads

Publicado

2016-01-07

Como Citar

Andrade, S. F., Pires, M. de M., Ferraz, M. I. F., & Pinheiro, M. M. S. (2016). Índice de Desenvolvimento como Liberdade: uma proposta teórico-metodológica de análise. Desenvolvimento Em Questão, 14(34), 5–59. https://doi.org/10.21527/2237-6453.2016.34.5-59

Edição

Seção

Artigos