Entre espaços e significados: A influência do patrimônio arquitetônico na paisagem cultural urbana
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2025.62.17396Palavras-chave:
Materialidade, Cultura, Preservação, Paisagem, CidadeResumo
A paisagem cultural compreende a análise da integração dinâmica entre sociedade e natureza, na qual o patrimônio arquitetônico confere singularidade ao território ao refletir a interação histórica entre o ser humano e o meio natural. Nesse sentido, a pesquisa busca refletir sobre o papel do patrimônio arquitetônico na constituição da paisagem cultural urbana, tomando como base quatro eixos analíticos previamente definidos sendo eles: Identidade Coletiva, Articulação entre Tempo e Espaço, Testemunho Histórico, e Valor Simbólico e Estético. Metodologicamente, o estudo adota uma abordagem qualitativa fundamentada na revisão bibliográfica e na análise documental, utilizando a análise de conteúdo categorial para a interpretação dos dados e a partir dos quatro eixos o recorte da pesquisa é concentrado na análise do papel do patrimônio arquitetônico na constituição da paisagem cultural urbana em cidades brasileiras, considerando suas múltiplas dimensões. Em termos de resultados, observa-se que o patrimônio arquitetônico, ao se integrar à paisagem cultural urbana, exerce influência direta sobre a percepção e a apropriação do espaço, funcionando como elemento de coesão social e referência simbólica. A inter-relação entre espaços e significados revela-se fundamental para a constituição de cidades valorizadas, nas quais o reconhecimento e a preservação das heranças culturais contribuem para o fortalecimento do sentido de pertencimento e da identidade coletiva.
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2015.
CARVALHO, Karoliny Diniz. Lugar de memória e turismo cultural: apontamentos teóricos para o planejamento urbano sustentável. Revista de Cultura e Turismo, Santa Catarina, v. 4, n. 1, jan. 2010.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2001.
CRISPIM, Felipe Bueno. A paisagem cultural como novo instrumento de preservação: a historicidade de uma prática em contexto paulista (1968-1994). In: Simpósio Nacional de História – ANPUH, XXVI, São Paulo, 2011. Anais [...]. São Paulo: ANPUH, 2011. p. 1-12.
DA PIEVE, Caroline Prediger; OLIVEIRA, Tarcisio Dorn de; MUELLER, Airton Adelar. PARQUES URBANOS SOB UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO: UM ESTUDO DO PARQUE DA PEDREIRA EM IJUÍ/RS. Informe GEPEC, Toledo, v. 29, n. 1, p. 328–344, 2025.
ESTANISLAU, Julia. Sentimento de pertencimento é a necessidade de manter relações estáveis e de moldar o comportamento. Jornal da USP, São Paulo, 12 abr. 2023. Disponível em: https://sites.usp.br/psicousp/felicitacoes-pelo-seu-aniversario/. Acesso em: 15 ago. 2025.
FONTOURA, Sirlei da Silva. Memória, história e testemunho: uma incursão teórica. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 24, n. 40, p. 208–225, 2023.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GONSALVES, Edna Paula. Iniciação à pesquisa científica. 3. ed. Campinas: Alínea, 2003.
MATHIAS, Débora. Pertencimento: discussão teórica. Revista Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 166-187, 2023.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. A paisagem como fato cultural. In: YÁZIGI, Eduardo (org.). Turismo e paisagem. Campinas: Contexto, 2002. p. 29-64.
MEZALIRA, Mariela; MOREIRA, Daniel de Carvalho. A documentação histórica arquitetônica: conceitos historiográficos para a fragmentação do tempo. Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, São Carlos, v. 20, p. 1–17, 2022.
NAVARRETE, Rubén Darío Lucas. A arquitetura na perspectiva da evolução do espaço-tempo. Revista Sociedade em Debate, v. 4, n. 2, p. 113-130, 2012.
OLIVEIRA, Tarcisio Dorn de; CHAGAS, Daniel Hedlund Soares das. Desenvolvimento local e políticas públicas: Ações de manutenção e salvaguarda do patrimônio presente no plano diretor participativo do município de Ijuí/RS. Revista Desenvolvimento em Questão, v. 21, n. 59, p. e14199, 2023.
OLIVEIRA, Tarcisio Dorn de; et al. Preservação do patrimônio arquitetônico: habilidades e competências instigadas nos sujeitos por meio de experiências exitosas de educação patrimonial em Ijuí/RS. Revista Percurso - NEMO, Maringá, v. 16, n. 2, p. 133-151, 2024.
OLIVEIRA, Mateus Antônio Nogueira; et al. Desafios da preservação do patrimônio histórico construído no Brasil: uma introdução e aspectos multidisciplinares. Revista Delos, v. 18, n. 66, p. e4855, 2025.
ROCHA, Aline Maria Matos. Quando o patrimônio se movimenta: memória e identidade como estruturantes da ação coletiva. In: OLIVEIRA, G. M. C.; VIEIRA, K. M. A. (orgs.). Patrimônio, povos do campo e memórias: diálogos com a cultura, a arte e a educação [online]. Mossoró: UFERSA, 2020. p. 33-45.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teórico e metodológico da geografia. São Paulo: Hucitec, 1988.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006.
SCARDUELLI, Grasiele de Costa; GONÇALVES, Teresinha Maria. A Praça Nereu Ramos: o patrimônio cultural como fomento da memória e identidade urbana. Revista 5% Arquitetura + Arte, São Paulo, ano 15, v. 1, n. 19, e124, p. 1-23, jun. 2020.
SIVIEIRO, Ana Paula. Os elementos do espaço turístico urbano no processo de planejamento: reflexões teóricas e articulações. Revista RAEGA, Curitiba, n. 11, p. 51-59, 2006.
VASCONCELOS, Marcela Correia de Araujo. As fragilidades e potencialidades da chancela da paisagem cultural brasileira. Revista CPC, São Paulo, Brasil, n. 13, p. 51–73, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Tarcisio Dorn de Oliveira, Franciele Zientarski Engerroff
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao publicar na Revista Desenvolvimento em Questão, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de 2025): Os autores mantêm os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem a Revista Desenvolvimento em Questão o direito de primeira publicação.
