A realidade do saneamento básico nas pequenas cidades do Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.21527/2237-6453.2025.63.17032Palavras-chave:
Saneamento Básico, Favelas e Comunidades Urbanas, Pequenas Cidades, Amazonas, Impactos AmbientaisResumo
Ao examinarmos as dificuldades inerentes à universalização dos serviços de saneamento básico no Brasil, constatamos que os desafios se agravam nas pequenas cidades, especialmente no Estado do Amazonas, onde os obstáculos parecem quase intransponíveis. Este artigo objetiva comparar as condições de saneamento básico entre grupos de municípios amazonenses com mais de 50 mil habitantes e aqueles com até 50 mil, entre os indicadores do Estado do Amazonas, da Região Norte e de dados nacionais. A análise concentra-se em três componentes do saneamento básico: o abastecimento de água, o esgotamento sanitário e o manejo dos resíduos sólidos, além dos indicadores da população residente em favelas e comunidades urbanas. Para tanto, adotamos uma abordagem de análise crítica e utilizamos um procedimento metodológico fundamentado em pesquisa documental indireta, empregando dados estatísticos secundários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e revisão bibliográfica. Os resultados evidenciam as desigualdades e a precariedade enfrentadas por ambos os grupos de municípios amazonenses, destacando, sobretudo, a maior incidência dessas desigualdades entre as populações das pequenas cidades, bem como os impactos ambientais decorrentes da deficiência dos serviços de saneamento básico. Constatou-se, portanto, a necessidade premente de elaboração de políticas públicas, estratégias e de ações concretas, com uma abordagem igualitária, humanística e ambientalmente responsável, visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dessas comunidades, garantir o acesso universal aos serviços de saneamento básico e mitigar os efeitos ambientais adversos.
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