Dimensão da Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções em Pernambuco através dos pedidos de depósito para desenhos industriais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21527/2237-6453.2022.58.12938

Palavras-chave:

Moda, Pernambuco, Agreste, Desenhos Industriais, Propriedade Intelectual

Resumo

A indústria da moda é considerada uma das maiores do mundo e, no Brasil, tem grande importância ao empregar milhares de trabalhadores e gerar grandes riquezas. Para a proteção de artigos de moda convém aplicar a tutela legal conferida pelos desenhos industriais, espécie de propriedade intelectual, capaz de proteger o titular diante da apropriação indevida. Sendo o Agreste pernambucano local de intensa produção no ramo da moda, de modo a ser considerada um APL por órgãos do setor, é pertinente investigar quais são as estatísticas e como isso pode afetar as indústrias locais. Destarte, o artigo teve como objetivo apresentar e propor uma análise acerca dos números de pedidos de depósitos de desenhos industriais para a região Agreste de Pernambuco. No campo bibliográfico, foi realizada sucinta exposição conceitual da moda e de que modo esta foi relacionada à gênese da propriedade intelectual e, especificamente, dos desenhos industriais. Em complemento, foram comparados dados sobre desenhos industriais com outros países líderes na proteção do respectivo ativo a partir de relatório do World Intelectual Property Indicators (Wipo), assim como, a partir do cenário nacional, baseado nas estatísticas apresentadas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com outros Estados e a própria capital de Pernambuco, Recife. Para alcançar tal resultado foram realizados levantamentos bibliográficos com os principais autores da matéria, assim como análise documental de órgãos internacionais, como o Wipo, e nacionais, a exemplo do Inpi e Sebrae. O resultado apresentado demonstrou alarmantes números para titulares com sede em cidades do APL de confecções, necessitando a aplicação de novas ações para a região.

Biografia do Autor

Pedro Henrique Mayrinck, UFPE

Mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação/PROFNIT no ponto focal UFPE. É integrante do grupo de pesquisa "Design para a multiplicidade (Design+)", Advogado na área de Propriedade Intelectual e membro da Comissão de Propriedade Intelectual da OAB/PE

Danielle Silva Simões-Borgiani , UFPE

Doutora em Design (UFPE). Professora Adjunta na UFPE. Atua no Curso de Design no Campus do Agreste e na Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferências de Tecnologia para Inovação no CCSA-UFPE. É pesquisadora associada aos grupos de pesquisa Innova+ResearchLabs e Design para multiplicidade (Design+)

Referências

ABIT. Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção: ABIT. Perfil do setor. 2020. Disponível em: https://www.abit.org.br/cont/perfil-do-setor. Acesso em: 11 jul. 2021.

ARAUJO, Carlos Augusto Lucena; PEREIRA, Clarisse Ferrão. A indústria de confecções em Pernambuco: impactos e oportunidades em um cenário pós-ATC (Acordo Sobre Têxteis e Confecções). In: SIMPEP, 13., 2006. Bauru, SP, 2006.

AREND, Marcelo. A industrialização do Brasil ante a nova divisão internacional do trabalho. Texto para discussão. Brasília; Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2015. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/4620/1/td_2105.pdf. Acesso em: 9 nov. 2021.

BARBOSA, D. B. Tratado da propriedade intelectual: tomo I. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.

BARBOSA, D. B. Uma introdução à propriedade intelectual. 2. ed. 2010. Disponível em: http://www.denisbarbosa.addr.com/arquivos/livros/umaintro2.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021.

CERQUEIRA, João da Gama. Privilégios de invenção e marcas de fábrica e de commercio: commentario ao decreto n. 16.264, de 19 de dezembro de 1923. São Paulo: Revista dos Tribunaes, 1930.

DIEESE. Diagnóstico do setor têxtil e confecções de Caruaru e Região. Recife, PE: Seje/DIEESE: Relatório de pesquisa. 2010. Disponível em: http://www.dieese.org.br/relatoriotecnico/2010/diagnosticoFinalCaruaru.pdf. Acesso em: 4 nov. 2021.

FEBRATEX. Saiba quais são os principais polos da indústria têxtil do Brasil. 2019. Disponível em: https://fcem.com.br/noticias/quais-sao-os-principais-polos-da-industria-textil-do-brasil/. Acesso em: 28 out. 2021.

FIEG. Federação das Indústrias do Estado de Goiás. Dados econômicos – indústria da moda 2018. Disponível em: https://fieg.com.br/repositoriosites/repositorio/portalfieg/download/Pesquisas/Dados_economicos__Industria_da_Moda.pdf. Acesso em: 25 out. 2021.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados. 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados. Acesso em: 9 nov. 2021.

IBICT. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Novo observatório brasileiro de Arranjos Produtivos Locais. Quem são os APLs Brasileiros – Confecções de Pernambuco. 2021. Disponível em: https://www.sistema.observatorioapl.gov.br/apls/confeccoes-de-pernambuco/. Acesso em: 29 out. 2021.

INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Indicadores de propriedade industrial 2020. O uso do sistema de propriedade industrial no Brasil. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/inpi/pt-br/acesso-a-informacao/pasta-x/boletim-mensal/arquivos/documentos/indicadores-2020_aecon_vf-27-01-2021.pdf. Acesso em: 5 nov. 2021.

INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Tabelas completas dos indicadores de propriedade industrial – indicadores desenhos industriais. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/inpi/pt-br/central-de-conteudo/estatisticas/estatisticas-1/estatisticas_aecon. Acesso em: 9 nov. 2021.

JAQUEMIM, A.; SCHRANS, G. O direito econômico. Lisboa: Editora Vega, 2013. p. 13.

JUNIOR, Ruviaro Almery; BECKER, Elsbeth Léia Spode. Moda: sua relação com o design de moda e a importância do ensino. Research, Society and Development, v. 9, n.7. 2020.

LAVER, J. A. Roupa e a moda: uma história concisa. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. Tradução Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

MENDES JUNIOR, Biagio de Oliveira. Indústria têxtil no Nordeste, Norte de Minas e Norte do Espírito Santo – contextualização e perspectivas. Brasil: Caderno Setorial ETENE, a. 4, n. 101, out. 2019.

NTCPE. Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco. Cadeia têxtil e de confecções. 2021. Disponível em: https://www.ntcpe.org.br/?page_id=496. Acesso em: 29 out. 2021.

OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEX. Textiles. 2020. Disponível em: https://oec.world/en/profile/hs92/textiles?growthSelector=value1&yearSelector2=tradeYear2#product-complexity. Acesso em: 11 jul. 2021.

PDUI. Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado. Governo do Estado de Pernambuco. A região metropolitana do Recife. 2021. Disponível em: https://www.pdui-rmr.pe.gov.br/RMR. Acesso em: 10 nov.2021.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo, RS: Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo – Aspeur; Universidade Feevale, 2013.

RAIS. Relatório Anual de Informações Sociais. Base de dados 2019. 2021. Disponível em: https://bi.mte.gov.br/bgcaged/login.php. Acesso em: 12 nov. 2021.

RAMOS, A. S. C.; GUTERRES, T. M. Lei da propriedade industrial comentada: Lei 9.279, de maio de 1996. Salvador: Ed. JusPodvim, 2016.

RODRIGUES, M. A. et al. Identificação e análise espacial das aglomerações produtivas do setor de confecções na Região Sul. São Paulo: Economia Aplicada, v. 16, n. 2, p. 311-338, 2012.

SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Estudo econômico das indústrias de confecções de Toritama/PE. 2019. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/PE/Anexos/RELATORIO-TORITAMA-FINAL.pdf. Acesso em: 29 out. 2021.

SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Estudo econômico do arranjo produtivo local de confecções do agreste Pernambucano. 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Estudo%20Economico%20do%20APL%20de%20Confeccoes%20do%20Agreste%20%20%2007%20de%20MAIO%202013%20%20docx.pdf. Acesso em: 29 out. 2021.

SILVA, E.; MENEZES, E. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, 2005.

SILVEIRA, Newton. Direito de autor no design. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

SIMONETTI E. R. S.; KAMIMURA, Q. P. As políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento de arranjos produtivos locais. In: OLIVEIRA, C. W. A. et al. (org.). Arranjos produtivos locais e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Ipea, 2017.

SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

VIANA, Fernando Luiz Emerenciano. A indústria têxtil e de confecções no Nordeste: características, desafios e oportunidades. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2005. (Série Documentos do Etene, n. 6).

WIPO. World Intelectual Property Indicators 2020. 2021. Disponível em: https://www.wipo.int/edocs/pubdocs/en/wipo_pub_941_2020.pdf. Acesso em: 5 nov. 2021.

XAVIER, Twane Maria Cordeiro. Transformações urbanas no polo de confecções do agreste de Pernambuco: um olhar sobre Santa Cruz do Capibaribe. 2018. 129 fls. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Pernambuco, Curso de Geografia, Recife, 2018.

ZAKIA, José Victor Palazzi. O mercado de luxo diante do E-Commerce: Estudo do Decreto 7.962, de 15 de março de 2013. In: ROSINA, Mônica Steffen Guise; CURY, Maria Fernanda (org.). Fashion Law: Direito e Moda no Brasil. 1. ed. São Paulo: Thomson Reuters, 2018. p. 239-254.

Downloads

Publicado

2022-11-24

Como Citar

Mayrinck, P. H., & Simões-Borgiani , . D. S. (2022). Dimensão da Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções em Pernambuco através dos pedidos de depósito para desenhos industriais. Desenvolvimento Em Questão, 20(58), e12938. https://doi.org/10.21527/2237-6453.2022.58.12938

Edição

Seção

Artigos