Conhecimento e participação em programas públicos de atividade física de brasileiros com diabetes mellitus autorreferido

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.16434

Palavras-chave:

Diabetes Mellitus, Exercício Físico, Promoção da Saúde, Estudos Transversais

Resumo

Objetivo: Descrever a prevalência de conhecimento e participação em programas públicos de atividade física e de barreiras relacionadas à não participação nestes programas por indivíduos com diabetes mellitus autorreferido. Métodos: Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson nas análises. Resultados: Foram incluídos 7.088 adultos com diabetes mellitus autorreferido. A prevalência de conhecimento foi de 28,5% (IC95%:26,5-30,5) e, destes, 11,1% (IC95%:8,7-14,2) relataram participar de programas públicos de atividade física. As barreiras mais relatadas foram a falta de interesse nas atividades oferecidas (37,4%) e incompatibilidade de horário (23,6%). O conhecimento foi maior entre as mulheres, indivíduos com maior escolaridade, aqueles com maior renda domiciliar per capita e os residentes da macrorregião Sudeste. Conclusão: Uma pequena parcela de indivíduos com diabetes mellitus autorreferido relatou conhecer e participar de programas públicos de atividade física. A prevalência de conhecimento diferiu segundo sexo, escolaridade, renda e macrorregião geográfica. As barreiras de falta de interesse e falta de tempo foram as mais relatadas pelos indivíduos com diabetes mellitus autorreferido. É necessário ampliar as ações e programas de promoção de atividade física para prevenção e controle do diabetes mellitus.

Referências

1. World Health Organization. World Health Statistics 2021: a Visual Summary. 2021. Disponível em: https://www.who.int/data/stories/ world-health-statistics-2021-a-visual-summary

2. Malta DC, Bernal RTI, Sá ACMGN de, Silva TMR, Iser BPM, Duncan BB, et al. Diabetes autorreferido e fatores associados na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Cien Saude Colet. 2022;27(7):2643–53. https://doi.org/10.1590/1413-81232022277.02572022

3. International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 10th edition. 2021. Disponível em: https://diabetesatlas.org/idfawp/resourcefiles/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf

4. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes 2019-2020. Editora Clannad SP, editor. Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf

5. Strain T, Flaxman S, Guthold R, Semenova E, Cowan M, Riley LM, Bull FC, Stevens GA; Country Data Author Group. National, regional, and global trends in insufficient physical activity among adults from 2000 to 2022: a pooled analysis of 507 population-based surveys with 5·7 million participants. Lancet Glob Health. 2024;12(8):e1232-e1243. https://doi.org/10.1016/S2214-109X(24)00150-5

6. Oliveira AB, Katzmarzyk PT, Dantas WS, Benseñor IJM, Goulart AC, Ekelund U. Profile of leisure-time physical activity and sedentary behavior in adults in Brazil: a nationwide survey, 2019. Epidemiol Serv Saude. 2023;32(2):e2023168. https://doi.org/10.1590/S2237-96222023000200016

7. Forechi L, Mill JG, Griep RH, Santos I, Pitanga F, Molina MD. Adherence to physical activity in adults with chronic diseases: ELSA-Brasil. Rev Saude Publica. 2018;52:31. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000215

8. Silva PS, Boing AF. Fatores associados à prática de atividade física no lazer: análise dos brasileiros com doenças crônicas. Cien Saude Colet. 2021;26(11):5727-38. https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.32432020

9. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM n.2.446, de 11 de novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). In: Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília; 2014.

10. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 118 p.: il.

11. Ferreira RW, Caputo EL, Häfele CA, Jerônimo JS, Florindo AA, Knuth AG, et al. Acesso aos programas públicos de atividade física no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Cad Saúde Pública 2019;35(2):e00008618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00008618

12. Lima AP, Benedetti TRB, Oliveira LZ, Bavaresco SS, Rech CR. Atividade física está associada ao conhecimento e atitudes frente ao diabetes tipo 2 em idosos. J Phys Educ. 2019;30:e3017. https://doi.org/10.4025/jphyseduc.v30i1.3017

13. Vilafranca CM, Tort-Nasarre G, Rubinat AE. Barriers and Facilitators for Physical Activity in Adults with Type 2 Diabetes Mellitus: A Scoping Review. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(10):5359. https://doi.org/10.3390/ijerph18105359

14. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Saúde: PNS- Pesquisa Nacional de saúde: 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude.html

15. Stopa SR, Szwarcwald CL, Oliveira MM, Gouvea E de CDP, Vieira MLFP, Freitas MPS, et al. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: histórico, métodos e perspectivas. Epidemiol Serv Saúde. 2020;29(5):e2020315. https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000500004

16. Roediger MD, Marucci MD, Gobbo LA, Dourado DA, Santos JL, Duarte YA, Lebrão ML. Diabetes mellitus referida: incidência e determinantes, em coorte de idosos do município de São Paulo, Brasil, Estudo SABE – Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento. Cien Saude Colet. 2018;23(11);3913-22. https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.13062016

17. Kowall B, Rathmann W. Partnership and marriage and risk of type 2 diabetes: a narrative review. Diabetologia. 2025;68(4):704-714. https://doi.org/10.1007/s00125-025-06360-3

18. Malta DC, Duncan BB, Schmidt MI, Machado ÍE, Silva AG da, Bernal RTI, et al. Prevalência de diabetes mellitus determinada pela hemoglobina glicada na população adulta brasileira, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2019;22:E190006.SUPL.2. https://doi.org/10.1590/1980-549720190006.supl.2

19. Oliveira FLP de, Pimenta AM, Duncan BB, Griep RH, Souza G de, Barreto SM, et al. Spatial clusters of diabetes: individual and neighborhood characteristics in the ELSA-Brasil cohort study. Cad Saúde Pública. 2023;39(5):e00138822. https://doi.org/10.1590/0102-311XEN138822

20. Neves RG, Duro SM, Nunes BP, Facchini LA, Tomasi E. Atenção à saúde de pessoas com diabetes e hipertensão no Brasil: estudo transversal do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, 2014. Epidemiol Serv Saude. 2021;30(3). https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000300015

21. Muzy J, Campos MR, Emmerick I, Silva RS, Schramm JMA. Prevalência de diabetes mellitus e suas complicações e caracterização das lacunas na atenção à saúde a partir da triangulação de pesquisas. Cad Saúde Pública. 2021;37(5):e00076120. https://doi.org/10.1590/0102-311X00076120

22. Bastone A de C, Moreira B de S, Vasconcelos KS de S, Magalhães AS, Coelho DM, Silva JI da, et al. Time trends of physical activity for leisure and transportation in the Brazilian adult population: results from Vigitel, 2010-2019. Cad Saúde Pública. 2022;38(10). https://doi.org/10.1590/0102-311XEN057222

23. Guibu IA, Moraes JC, Guerra Junior AA, Costa EA, Acurcio FA, Costa KS, et al. Main characteristics of patients of primary health care services in Brazil. Rev Saúde Pública. 2017;51:17s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007070

24. Werneck AO, Oyeyemi AL, Araújo RHO, Barboza LL, Szwarcwald CL, Silva DR. Association of public physical activity facilities and participation in community programs with leisure-time physical activity: does the association differ according to educational level and income? BMC Public Health. 2022;22(1):279. https://doi.org/10.1186/s12889-022-12593-3

25. Ferrari G, Dulgheroff PT, Claro RM, Rezende LFM, Azeredo CM. Socioeconomic inequalities in physical activity in Brazil: a pooled cross-sectional analysis from 2013 to 2019. Int J Equity Health. 2021;20(1):188. https://doi.org/10.1186/s12939-021-01533-z

26. Yang Y, Wang S, Chen L, Luo M, Xue L, Cui D, Mao Z. Socioeconomic status, social capital, health risk behaviors, and health-related quality of life among Chinese older adults. Health Qual Life Outcomes. 2020;18(1):291. https://doi.org/10.1186/s12955-020-01540-8

27. Hill-Briggs F, Adler NE, Berkowitz SA, Chin MH, Gary-Webb TL, Navas-Acien A, Thornton PL, Haire-Joshu D. Social Determinants of Health and Diabetes: A Scientific Review. Diabetes Care. 2020;44(1):258–79. https://doi.org/10.2337/dci20-0053

28. Carvalho FF, Almeida ER, Loch MR, Knuth AG. As práticas corporais e atividades físicas na gestão tripartite do SUS: estrutura organizacional, financiamento e oferta. Cien Saude Colet. 2022; 27(6):2163-74. https://doi.org/10.1590/1413-81232022276.15242021

29. Oliveira LN de, Freitas PP de, Lopes MS, Lopes ACS. Participação em programas públicos para prática de atividade física e comportamentos de saúde. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde. 2021;26:1-10. https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0204

30. Dourado TE, Borges PA, Silva JI, Souza RA, Andrade AC. Associação entre atividade física de lazer e conhecimento e participação em programas públicos de atividade física entre idosos brasileiros. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2021;24(4). https://doi.org/10.1590/1981-22562022025.210148

31. Silva CR de M, Bezerra J, Soares FC, Mota J, Barros MVG, Tassitano RM. Percepção de barreiras e facilitadores dos usuários para participação em programas de promoção da atividade física. Cad Saúde Pública. 2020;36(4):e00081019. https://doi.org/10.1590/0102-311X00081019

32. Rech CR, Camargo EM, Araujo PA, Loch MR, Reis RS. Perceived barriers to leisure-time physical activity in the Brazilian population. Rev Bras Med Esporte. 2018;24(4):303-9. https://doi.org/10.1590/1517-869220182404175052

33. Souza ALK de, Santos LP dos, Rech CR, Rodriguez-Añez CR, Alberico C, Borges LJ, et al. Barreiras à atividade física entre adultos em unidades básicas de saúde do Sistema Único de Saúde: um estudo transversal no Brasil. Sao Paulo Med J. 2022;140(5):658–67. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2021.0757.R1.20122021

34. Pedersen MR, Bredahl TV, Elmose-Østerlund K, Hansen AF. Motives and barriers related to physical activity within different types of built environments: implications for health promotion. Int J Environ Res Public Health. 2022;19(15):9000. https://doi.org/10.3390/ijerph19159000

35. Soares MM, Maia EG, Claro RM. Availability of public open space and the practice of leisure-time physical activity among the Brazilian adult population. Int J Public Health. 2020;65(8):1467-1476. https://doi.org/10.1007/s00038-020-01476-2

36. Manta SW, Del Duca GF, da Silva KS, Rech CR, Gomes RDS, Maximiano GP, Malta DC. Is the availability of open public spaces associated with leisure-time physical activity in Brazilian adults? Health Promot Int. 2020;35(1):e51-e58. https://doi.org/10.1093/heapro/day120

37. Florindo AA, Onita BM, Knebel MTG, Wanderley Júnior RS, Teixeira IP, Turrell G. Public Open Spaces and Leisure-Time Walking: A Longitudinal Study With Brazilian People in the COVID-19 Pandemic. J Phys Act Health. 2023;20(11):1027-1033. https://doi.org/10.1123/jpah.2023-0108

Publicado

2025-09-12

Como Citar

Rogerio, M. F. R., Moreira, B. de S., do Nascimento, A. E., da Silva, J. I., Bezerra, V. M., & Andrade, A. C. de S. (2025). Conhecimento e participação em programas públicos de atividade física de brasileiros com diabetes mellitus autorreferido. Revista Contexto & Saúde, 25(50), e16434. https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.16434

Edição

Seção

Artigo Original