Perfil epidemiológico de pacientes com câncer colorretal de um serviço de oncologia no Rio Grande do Sul - Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.16333Palavras-chave:
Neoplasias colorretais, epidemiologia, diagnósticoResumo
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes com diagnóstico de câncer colorretal (CCR) na Região do Vale do Taquari - Rio Grande do Sul (RS) - Brasil. Método: Estudo descritivo e retrospectivo com análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de CCR dos anos de 2017 a 2021. A análise utilizou métodos estatísticos descritivos. Para a comparação de proporções entre as variáveis clínicas, como estadiamento, metástase e desfecho, e sua associação com sexo, idade e escolaridade, aplicou-se o teste do qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher, conforme apropriado. Resultados: A amostra foi composta por 252 prontuários. A população estudada é majoritariamente masculina (59,1%), sexagenária (38,9%), branca (94,4%), com 8 a 10 anos de estudo (51,6%), histórico familiar de câncer em 29,8% dos casos. A maioria foi diagnosticada por colonoscopia (69,9%) com adenocarcinoma (96,8%), grau histológico 2 (62,3%), estádio IIA (21,9%). Metástase em 38,1% dos casos. Para tratamento, a abordagem adjuvante foi a mais indicada (31,4%). A escolaridade de 8 a 10 anos foi proporcionalmente mais frequente entre os casos de óbito (X² = 43,9; P = 0,029). A presença de metástase mostrou associação estatisticamente significativa nas faixas etárias de 60 a 69 anos e 70 a 79 anos (X² = 14,8; P = 0,022). Conclusão: Delineou-se o perfil epidemiológico do CCR na região do Vale do Taquari-RS, reforçando a importância de políticas públicas para o diagnóstico e tratamento, e implantação de programas de rastreamento efetivos para o CCR.
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