Prevalência e variáveis associadas ao uso de medicamentos potencialmente inapropriados para pessoas idosas institucionalizadas
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.15194Palavras-chave:
Lista de Medicamentos potencialmente inapropriados, Idosos, Instituição de longa permanência para idosos, SaúdeResumo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência e os fatores associados ao uso de Medicamentos Potencialmente Inapropriados (MPI) em pessoas idosas institucionalizadas. Trata-se de um estudo transversal realizado com 86 pessoas idosas residentes em Instituições de Longa Permanência em Brasília/DF e na cidade de Salvador/BA. Os dados de saúde e dos medicamentos foram avaliados por meio de análises descritivas e inferenciais (valor de p < 0,05). Da amostra, 76,7% dos idosos utilizavam pelo menos um MPI e 91,8% apresentavam uma ou mais doenças, sendo a hipertensão arterial a doença mais comum. Os MPI mais prescritos foram os psicolépticos, com frequência de uso de 28,0 e os medicamentos que devem ser usados com cautela mais prescritos foram os psicoanalépticos (34,8%) e psicoléticos (28,1%). No que tange fatores associados, houve associação estatisticamente significante entre declínio cognitivo e uso de medicamentos que devem ser usados com cautela (OR=2,98; p=0,024) e entre o número de doenças crônicas e uso de medicamentos potencialmente inapropriados em idosos (OR=2,95; p=0,024). Concluiu–se que a alta prevalência do uso de MPI por pessoas idosas institucionalizadas indica a necessidade de remodelação dos tratamentos medicamentos, bem como a melhoria da assistência médica nas instituições de longa permanência brasileiras. O alto uso de medicamentos psicotrópicos destaca o tratamento de demências e transtornos mentais como um dos principais desafios da assistência nesses serviços.
Referências
1 Fick DM et al. By the 2019 American Geriatrics Society Beers Criteria® Update Expert Panel. American Geriatrics Society 2019 Updated AGS Beers Criteria® for Potentially Inappropriate Medication Use in Older Adults. J Am Geriatr Soc. 2019 Apr.;67(4):674-694. DOI: 10.1111/jgs.15767. Epub 2019 Jan. 29. PMID: 30693946
2 Sönnerstam E. et al. Potentially inappropriate medications in relation to length of nursing home stay among older adults. BMC Geriatr. 2022;22(1):70.
3 Praxedes MFS et al. Prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos segundo os Critérios de Beers: Revisão Sistemática. Cien Saúde Colet. 2020. Disponível em: http://cienciasesaudecoletiva.com.br/artigos/prescricao-de-medicamentos-potencialmente-inapropriados-para-idosos-segundo-os-criterios-de-beers-revisao-sistematica/17615?id=17615&id=17615
4 Aires JMP et al. Medicamentos potencialmente inapropriados prescritos a pacientes de um centro de referência em atenção à saúde da pessoa idosa. Rev Bras Geriat Geront. 2020;23(4):P.e200144.
5 Oliveira MG et al. Consenso brasileiro sobre medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. Geriatr, Gerontol Aging. 2016;10(4):168-181.
6 lohmann MC et al. Hospitalization Risk and Potentially Inappropriate Medications among Medicare Home Health Nursing Patients. J Gen Intern Med. 2017;32(12):1.301-1.308.
7 Varallo FR et al. Avaliação da segurança farmacoterapêutica de prescrições médicas para idosos residentes em instituição de longa permanência. Braz J Pharm Sci. 2012;48(3):477-485.
8 Sangaleti CT, Lentsck MH, Silva DC da, Machado A, Trincaus MR, Vieira MCU, et al. Polypharmacy, potentially inappropriate medications and associated factors among older adults with hypertension in primary care. Rev Bras Enferm. 2023;76:e20220785. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2022-0785
9 Santos APAL et al. Evaluation of the heterogeneity of studies estimating the association between risk factors and the use of potentially inappropriate drug therapy for the elderly: a systematic review with meta-analysis. Eur J Clin Pharmacol. 2015;71(9):1.037-1.050.
10 Lemos CSL et al. Resistências frente à medicalização da existência. Fractal, Rev de Psicol. 2019;31(2):158-164.
11 Leão TM, Ianni AMZ. Judicialização e subpolítica médica. Physis. 2020;30(1):1-20.
12 Gontijo APS, Rangel BD, Victor AFBF, Vieira CP de P, Santana EQ, Duarte AD e, et al. Declínio cognitivo e uso de medicamentos na população de idosos institucionalizados de uma cidade do interior de Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Colet. 2022 abr.;30(2):163-172. DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462X20223002040811
13 Gorzoni ML, Rosa RF. Critérios da Beers AGS 2019 em pacientes hospitalizados muito idosos. Rev Assoc Med Bras. 2020;66(7):918-923.
14 Lutz BH et al. Inadequação do uso de medicamentos entre idosos em Pelotas, RS. Rev Saúde Pública. 2017;51-52.
15 Iroldi GF et al. Associações entre estresse, sintomas depressivos e insônia em idosos. J Bras Psiquiatr. 2020;69(4):228-238.
16 Antequera IG et al. Rastreamento de violência contra pessoas idosas: associação com estresse percebido e sintomas depressivos em idosos hospitalizados. Esc Anna Nery. 2021;25(2):1-8.
17 Mendes SBE, Petarli GB, Cattafesta M, Zandonade E, Bezerra OM de PA, Mill JG, et al. Prevalência de uso de medicamentos em população rural brasileira. Cad Saúde Colet [Internet]. 2022 jul.;30(3):361-373. DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462X202230030154
18 Moreno CRC et al. Rastreamento de violência contra problemas de sono em idosos estão associados a sexo feminino, dor e incontinência urinária e pessoas idosas: associação com estresse percebido e sintomas depressivos em idosos hospitalizados. Rev Bras Epidemiol. 2018;21(2):e180018.
19 Moriarty F et al. Declínio cognitivo associado a anticolinérgicos, benzodiazepínicos e Z-drogas: achados do Estudo Longitudinal Irlandês sobre o Envelhecimento (TILDA). Br J Clin Pharmacol. 2021;87(7):2.818-2.829.
20 Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci SR, Juliano Y. O Mini-Exame do Estado Mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arq Neuro-Psiquiatr [Internet]. 1994 Mar;52(1):01–7. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-282X19940001000012121
21 Castelo MS, Coelho Filho JM, Siqueira Neto JI, Noleto JCS, Lima JW de O. Escala de depressão geriátrica com quatro itens: um instrumento válido para rastrear depressão em idosos em nível primário de saúde. Cadernos ESP [Internet]. 16º de setembro de 2019 [citado 10º de abril de 2025];2(1):46-50. Disponível em: https://cadernos.esp.ce.gov.br/index.php/cadernos/article/view/12
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Contexto & Saúde

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao publicar na Revista Contexto & Saúde, os autores concordam com os seguintes termos:
Os trabalhos seguem a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato;
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, inclusive comercial.
Essas permissões são irrevogáveis, desde que respeitados os seguintes termos:
Atribuição — os autores devem ser devidamente creditados, com link para a licença e indicação de eventuais alterações realizadas.
Sem restrições adicionais — não podem ser aplicadas condições legais ou tecnológicas que restrinjam o uso permitido pela licença.
Avisos:
A licença não se aplica a elementos em domínio público ou cobertos por exceções legais.
A licença não garante todos os direitos necessários para usos específicos (ex.: direitos de imagem, privacidade ou morais).
A revista não se responsabiliza pelas opiniões expressas nos artigos, que são de exclusiva responsabilidade dos autores. O Editor, com o apoio do Comitê Editorial, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações quando necessário.
Somente serão aceitos artigos científicos originais, com resultados de pesquisas de interesse que não tenham sido publicados nem submetidos simultaneamente a outro periódico com o mesmo objetivo.
A menção a marcas comerciais ou produtos específicos destina-se apenas à identificação, sem qualquer vínculo promocional por parte dos autores ou da revista.
Contrato de Licença (para artigos publicados a partir de setembro/2025): Os autores mantém os direitos autorais sobre seu artigo, e concedem à Revista Contexto & Saúde o direito de primeira publicação.