Desafios de enfermeiros e cuidadores na assistência de crianças em tratamento oncológico
DOI:
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.14128Palavras-chave:
Saúde da criança, Assistência de enfermagem, Enfermagem oncológica, Neoplasias, CuidadoresResumo
A prática do cuidar em oncologia infantil é desafiadora, uma vez que pressupõe, além de recursos materiais e terapêuticos específicos, uma equipe de saúde e cuidadores atentos às demandas inerentes a este universo. Assim, objetivou-se analisar os desafios da assistência à criança com câncer sob a ótica de enfermeiros e cuidadores. Trata-se de uma pesquisa social estratégica, de abordagem qualitativa, que teve como participantes 18 enfermeiros e cuidadores de crianças em tratamento oncológico de duas instituições públicas de saúde do sertão pernambucano. A coleta de dados foi realizada por entrevistas semiestruturadas, analisados à luz do Paradigma da Complexidade. Assim, a partir dos relatos dos participantes da pesquisa, identificou-se diversos desafios em decorrência do tratamento oncológico surgiu como um desafio para os enfermeiros e cuidadores no acompanhamento da criança acometida, o que exigiu desses atores o desenvolvimento de mecanismos para lidar com as situações de incerteza e insegurança, de forma a prestar cuidados sem se deixar abater pelas dificuldades impostas pelo contexto da doença. Enfermeiros e cuidadores elencaram aspectos pertinentes sobre entraves à terapia oncológica, revelando estratégias utilizadas para superar barreiras encontradas e, dessa forma, permitiu-se evidenciar que o emocional dos entrevistados apareceu como um dificultador ao tratamento, além do reconhecimento da existência de lacunas na formação do enfermeiro, limitando sua atuação. Conclui-se, portanto que, os desafios vivenciados na assistência a criança com câncer envolve um contexto de mudanças significativas na rotina da família e da criança, assim como dificuldades na logística de deslocamentos e internamentos, e o despertar de medos e incertezas diante do tratamento traz impactos negativos na vivência desse processo de adoecimento.
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