Fluxos migratórios, hospitalidade e cultura no ambiente cosmopolita
DOI:
https://doi.org/10.21527/2317-5389.2023.21.12953Palabras clave:
Cidadãos do Mundo, Hospitalidade, Trocas interculturais, Pacto Global para Migrações, CosmopolitismoResumen
O presente escrito tem como propósito inicial debater os fluxos migratórios contemporâneos, apontando as suas origens e as suas características centrais, em especial a compreensão do sujeito fundamental desta ação de deslocamento, que é o indivíduo, caracterizando-o não mais como um mero cidadão no mundo, mas como um cidadão do mundo. Isso porque, é a partir dessa construção que o texto propõe uma reflexão acerca da hospitalidade para com os migrantes. Tão necessária na atualidade, essa construção aponta para a necessidade de ser bem recebido em qualquer localidade, independentemente de suas origens, sugerindo a obtenção de diversos ganhos com uma recepção “tranquila”. E ao cabo, indica-se que o Pacto Global para Migrações é uma ferramenta essencial para a efetivação da hospitalidade e das trocas interculturais no ambiente cosmopolita, na medida em que ele visa a ordenar as migrações de todas as regiões do mundo, reduzindo quaisquer tipos de impactos negativos que possam surgir em razão de um influxo exacerbado de pessoas em direção a uma mesma localidade. Para tanto, utilizando-se do método dedutivo de pesquisa, realizou-se um estudo aplicado descritivo e explicativo, baseado em análise doutrinária e documental, coletada qualitativamente.
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